A cebola é uma olerícola de ciclo curto. Desta forma, a agenda de germinação, uniformidade e o estabelecimento das plantas devem ser cumpridas a fim de não atrasar a colheita.
Desta forma, o uso de bioestimulantes nas fases iniciais do ciclo da cebola são de suma importância para ganhos de produtividade, bem como o cumprimento da agenda agrícola. A cebola possui semente comercial de diminuta granulometria e, consequentemente, poucas reservas nutricionais, o que justifica o estímulo inicial com bioestimulantes, bem como o aporte nutricional para que a plântula da cebola se estabeleça, cresça e se desenvolva.
Desta maneira, os bioestimulantes podem ser utilizados nesta fase inicial do ciclo, proporcionando maior taxa de germinação e estabelecimento de plantas.
Quem são eles
O bioestimulante e seu uso ainda são muito incipientes na cultura da cebola, mas podem ser classificados como substâncias biológicas, bem como microrganismos que podem atuar como hormônios vegetais, regulando o crescimento vegetal, potencializando a germinação e a uniformidade, além do estabelecimento das plantas de cebola.
Devem ser aplicados às plantas com o objetivo de aumentar a eficiência nutricional, a tolerância ao estresse abiótico e/ou características de qualidade da cultura.
O que eles fazem
O bioestimulante tem o potencial de incrementar o crescimento e o desenvolvimento vegetal, que ocorre por meio do estímulo da divisão celular, a diferenciação e o alongamento das células. Sendo assim, a aplicação de bioestimulantes na cultura da cebola dependerá da composição do produto, concentração e proporção das substâncias constituintes.
Os estimulantes biológicos possuem a capacidade biológica de potencializar os processos metabólicos e fisiológicos, podendo, desta forma, aumentar as taxas de divisões celulares, alongamento foliar, síntese de clorofila, bem como proporcionar o enraizamento das plantas e crescimento dos bulbos.
Proporciona maior absorção de água e nutrientes, fortalecendo a planta contra estresses hídricos e efeitos residuais de herbicidas. Os bioestimulantes em geral são constituídos de hormônios vegetais como auxina, giberelina, citocinina e etileno, podendo ser também constituídos de diversas moléculas orgânicas, como ácidos fúlvicos e húmicos, e huminas.
Condições de estresse
É importante estar atento aos estresses abióticos no decorrer do ciclo da cultura, como por exemplo, clima, temperatura, radiação solar, estresse hídrico e salino, poluentes, dentre outros, para que se possa determinar a melhor época de aplicação dos bioestimulantes, prevenindo, desta maneira, quedas na produtividade da lavoura.
Os ácidos fúlvicos presentes nos bioestimulantes proporcionam o crescimento vegetal, potencializando a absorção de água e nutrientes, o que reduz estresses hídricos, além de incrementar as atividades fisiológicas e metabólicas das plantas favorecendo, consequentemente, a adaptabilidade das plantas de cebola às injúrias abióticas.
O bioestimulante pode também ser aplicado no tratamento de fitotoxidade causado por herbicidas, sendo a aplicação neste caso feita durante o estresse e pós-estresse. Os aminoácidos e moléculas peptídicas presentes nos bioestimulantes auxiliam no atenuamento do estresse causado por herbicidas.
No caso do estresse salino, a aplicação pode ser feita no pré, durante e pós-estresse. Moléculas presentes nos bioestimulantes, como a glutationa, carotenoides, prolina e a glicina betaína são capazes de regular o crescimento e desenvolvimento das plantas em um ambiente salino, auxiliando na tolerância da cultura da cebola ao estresse salino.
Forma de aplicação
Os bioestimulantes podem ser aplicados por diversas maneiras, dentre elas a fertirrigação, aplicação foliar e via solo. A forma de aplicação irá depender do objetivo final do bioestimulant, como por exemplo, a aplicação foliar pode ser realizada com a finalidade de amenizar os estresses causados por radiação solar, devendo esta ser sob temperaturas amenas, onde a transpiração é menor, proporcionando maior eficiência da aplicação dos bioestimulantes, contornando o estresse.
A aplicação de bioestimulantes via solo é feita quando o objetivo é estimular a flora e microflora do solo, regular os teores de matéria orgânica, estimular crescimento do sistema radicular e tratar a cultura da cebola quanto ao estresse salino.
Já a aplicação de bioestimulantes por fertirrigação é realizada visando aumentar a matéria orgânica do solo, bem como a flora e microflora, assim como atenuar estresses causados por temperaturas elevadas.
Produtividade
Os ganhos de produtividade estão atrelados ao produto de bioestimulante utilizado, o que dependerá de sua concentração de moléculas atuantes no crescimento e desenvolvimento da cultura.
Alguns bioestimulantes, quando aplicados por fertirrigação na fase inicial de formação do bulbo em regiões de clima quente, podem proporcionar produtividade de 30 a 40 t ha-1, alcançando peso médio dos bulbos de 60 a 70 gramas.
Desta forma, é evidente que, para potencializar a produtividade da cultura, dependerá da fonte utilizada, sua composição, forma e época de aplicação, bem como da cultivar utilizada no plantio.
Dosagem recomendada
A dosagem correta do bioestimulante dependerá do tipo de aplicação, seja via solo ou via folha. Dependerá também da sua finalidade de uso, ou seja, se o bioestimulante será aplicado para combater estresses, ou atuar na germinação e estabelecimento das plântulas, crescimento e desenvolvimento da cultura.
A concentração do produto, bem como a finalidade de uso, também influenciará na dose correta a ser aplicada. Há distinção de doses quando o produto é aplicado em tratamento de sementes, ou na aceleração do processo de germinação, ou no crescimento e desenvolvimento de raízes, sendo de suma importância seguir as recomendações do fabricante para cada ocasião.