Consumir um bom café e saber sua história está se consolidando como uma tendência no Brasil. O movimento, que já é mundial, é feito por consumidores que não se contentam mais em apenas apreciar a bebida, mas querem saber o que há por trás dela, sua história e tipo de fabricação. E, nessa onda, as cafeterias estão se adaptando, buscando novos processos, inovando os métodos e instalando até mini torrefações para oferecer uma experiência sensorial intensa ao consumidor.
O mercado de cafés especiais vem se tornando uma potência para o setor cafeeiro do Brasil. É uma realidade para o produtor do Brasil falar que produz um café de qualidade. O Brasil, é líder absoluto em produção, exportação e pesquisa, cada vez mais avança também na produção e comercialização dos cafés de alta qualidade, tanto no mercado interno, mas também abrindo novos mercados no exterior.
Só para se ter ideia, segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), sobre o café do dia a dia, o tradicional continua aparecendo em primeiro no ranking para o Público Geral, com 40% das respostas, seguido do café extra forte, com 31%. O café gourmet aparece na sequência com 14% e o especial com 10%. Para os Entusiastas o café gourmet aparece em primeiro lugar, com 35%, seguido do especial com 25% e na sequência aparece o superior com 11%. No caso do grupo Especialistas o café especial é a preferência com 59%, gourmet aparece com 19% e o tradicional com 13%.
Modo perfeito de fazer um café coado!
É preciso escaldar o filtro? Sim! Geralmente, a ideia de escaldar do filtro é para tirar o gosto residual de celulose, ou seja aquele gosto de papel que pode comprometer o sabor final do seu café.
Ferver ou não ferver a água? Essa questão é polêmica, mas desmistificaremos, sim você pode ferver a água e seu café não vai queimar. O café passa pelo processo de torra em altas temperaturas, acima de 200°C, além disso na maioria das cidades do Brasil a água entra em ponto de fervura abaixo dos 100°C, mesmo que a água ferva a temperatura alta não tem capacidade para queimar o pó. Mas para obter uma extração equilibrada a água precisa de altas temperaturas, os baristas recomendam temperaturas entre 92° e 96° graus, se você não tem como medir, a dica é, quando a água começar a fazer bolhas, desligue o fogo e coe o café imediatamente.
Qual a quantidade de pó para água?
Para o café coado, vale a proporção de 10 g de pó para 100 ml de água (ou seja, uma colher de sopa) para 100ml de água, que equivale a 1/5 copo americano, está é uma medida base e o mais legal é variar conforme o método, grãos e paladar.
Tem um jeito certo de despejar a água no café?
Despejar a água da forma correta faz toda diferença no sabor, além de evitar o desperdício de pó. Uma boa forma de começar a extração é pela pré infusão, esse processo umidifica todo o pó, basta adicionar água só até cobrir o pó e esperar 30 segundos, esta etapa pode ser feita em qualquer método. Após a pré infusão despeje a água lentamente em formato circular garantindo que todo o pó nas paredes do filtro seja aproveitado e assim a extração será completa e seu café terá um equilíbrio de sabores.
Como comprar
1) Consuma café de qualidade, procure por cafés gourmets ou especiais, algumas marcas vendidas em mercados e outras em cafeterias de cafés especiais. Para saber se o café é de qualidade a torra deve ser média ou clara, fuja de torra extraforte, esse tipo de torra na verdade são grãos queimados para disfarçar todas as impurezas que estão no pacote e ainda a torra extraforte é tão amarga que só com muito açúcar é possível beber.
2) As torras mais claras ressaltam os aromas, sabores e a doçura natural do café, você pode tomar com menos açúcar ou talvez não sinta falta de adoçar.
3) Outro fato importante, cafés de qualidade não contém impurezas, dentro do pacotinho só tem café e nada mais.
4) A data da torra também é importante, quanto mais recente melhor, café não é igual vinho e o ideal é ser consumido até 3 meses após a torra, com o tempo o café oxida e perde suas propriedades.
5) Guarde o café em sua própria embalagem e dentro de um pote hermético e nunca dentro da geladeira, o café absorve todos os odores dos alimentos. Não é nada agradável beber um café aromatizado com cebola.
Não é segredo: o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. Só em 2022 estima-se que foram colhidas 47 milhões de sacas e 8 milhões são de cafés especiais. Segundo a Federação dos Cafeicultores do Cerrado, o consumo de café especial no Brasil cresceu 15% no último ano, o que mostra que os consumidores estão cada dia mais exigentes. “A pandemia pode ter reforçado a procura por cafés especiais, pois com as cafeterias fechadas, as pessoas queriam ter a mesma experiência das cafeterias em casa”, acredita Haroldo Monteiro, da Red Coffee.